Maria Lamas nasceu em Torres
Novas, em 1893, estudou no Colégio Religioso Jesus, Maria e José, da vila torrejana,
foi jornalista, escritora, tradutora, e ativista política, completando portanto
este ano o 120º aniversário, se estivesse no meio de nós.
Mulher de personalidade invulgar,
oriunda de família burguesa, cedo começou a estudar línguas, formação que lhe
havia de possibilitar a tradução de livros como “Memórias de Adriano” de
Marguerite Yourcenar. Viveu em Luanda, na altura em que o marido ali cumpria uma
missão militar, e, divorciada, acompanhou sempre a educação das filhas.
Maria da Conceição Vassalo e
Silva da Cunha Lamas já este ano foi homenageada pela câmara de Vila Nova de
Famalicão, com as chamadas “Conferências de Primavera”, que se realizaram em junho,
no Museu da Indústria Têxtil, com a participação de especialistas no estudo da
vida e obra da escritora, provenientes de várias instituições académicas.
Foi colaboradora de vários jornais
e revistas como “Correio da Manhã”, ”Época”, “O Século”, “A Capital”, “Diário
de Lisboa”, “A Joaninha” e “A Voz”. Dirigiu “Modas e Bordados”, suplemento de
“O Século” e teve como objetivos chegar às mulheres trabalhadoras, pelo que esteve
ligada ao MUD, Movimento de Unidade Democrática e ao Conselho Nacional das
Mulheres Portuguesas, com atividade política e cultural de grande destaque.
Depois de ter sido várias vezes
presa pela PIDE, tendo passado quatro meses incomunicável, viu-se obrigada ao exíiio
político, vivendo então sete anos em Paris, onde conheceu Marguerite Yourcenar,
com regresso em 1969, aos 76 anos. Foi Presidente Honorária do Movimento
Democrático das Mulheres e condecorada com a Ordem de Santiago e Espada e com a
Ordem da Liberdade.
Servindo-se de alguns pseudónimos
como Rosa Silvestre, são de destacar como títulos mais conhecidos da sua vasta
obra, que vai da literatura infantil à etnologia e mitologia, “As Mulheres do Meu
País”, “A Mulher no Mundo” e “O Mundo
dos Deuses e dos Heróis”.
Em Torres Novas foi atribuído o seu
nome à Escola Industrial de Torres Novas, pelo cinquentenário da sua
existência, passando então a designar-se Escola Secundária Maria Lamas.
Messias
Martinho
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