segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Aula aberta com o Professor Jorge Abreu (27.01.2014)

O professor aposentado Jorge Abreu, formado em Arquitetura, lecionou na Escola Secundária de Maria Lamas, no Grupo de Artes. No âmbito das comemorações do nascimento de Maria Lamas, foi convidado a abordar esta figura junto de uma turma de Artes. Neste sentido, o professor começou por caraterizar o nosso país na fase da juventude da nossa patrona, a partir da difícil primeira metade do século XX até à fase de melhoria das condições de vida da população em geral, que viria a acontecer a partir dos anos 50. Centrou-se depois em Torres Novas, então vila, tocando áreas tão diversas como as habitações das camadas sociais predominantes; as  infraestruturas e a higiene; os transportes; o comércio; a população; o emprego; a assistência; a alimentação e a cultura. Todos estes temas foram enriquecidos e humanizados com toques da sua vivência pessoal, ao referir-se a assuntos como o alcoolismo e as tabernas; a dificuldade na obtenção de trabalho pelos trabalhadores rurais; a precariedade da assistência médica,  à qual se associavam as deficiências físicas, à nascença ou por acidentes, havendo à época muitos "aleijados" e mendigos. Como nota positiva, o professor Jorge Abreu referiu-se ao futebol; ao cinema e aos filmes mudos e "em partes";  ao papel do Cineclube e aos benefícios decorrentes da industrialização, da introdução da eletricidade, do saneamento e das novas técnicas de construção. Por fim, fez uma referência à casa onde viveu Maria Lamas,  evidenciando as janelas e a metáfora que a escritora lhes associou:


 A idade da mulher pode variar como varia a terra, o bairro e a categoria do prédio. Porém, ela é sempre a mesma mulher que «está à janela». Não em atitude de quem chegou momentaneamente, mas naquela posição tão característica que revela já um hábito transformado em segunda natureza: braços cruzados sobre o peitoril, busto repousado sobre os braços e a cabeça levemente inclinada para a frente, na curiosidade melancólica e estéril de tudo o que se passa na rua. Sim, ela, é sempre a mesma, tenha 18 anos, 30 ou 50. A mulher que está à janela só vê os muros das casas fronteiras. Na nossa rua, na casa ao lado, talvez no nosso prédio, há sempre uma mulher à janela. Mas o seu tempo já passou. Ela existe ainda, mas é como um fantasma de outras eras. (in O Século, 29 de Abril de 1947).





segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Conferência, já a 10 de janeiro

A conferência «Maria Lamas, precursora da literatura infantil em Portugal» será proferida pela escritora Alice Vieira cuja comunicação decorrerá em duas linhas:  uma seguindo a perspectiva enquanto autora de livros para crianças e jovens, outra pautada pelas memórias (pessoais/familiares) sobre Maria Lamas, sua prima e amiga.  
Nesta sessão contaremos também com a presença de Dora Batalim, especialista em livros e literatura  infantil cuja a esfera de interesses, trabalho e investigação se centra, precisamente, nas áreas da promoção da leitura, da pedagogia e da literatura para crianças; o olhar de Dora Batalim sobre as tendências atuais dos livros, das leituras e da literatura infantil no século XXI suscitará certamente o debate entre os participantes e as conferencistas.


«Maria Lamas, precursora da literatura infantil em Portugal»
Conferencistas: Alice Vieira e Dora Batalim
DATA: 10 de janeiro, sexta-feira HORA: 15.00 h
LOCAL: Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, auditório (Torres Novas)

Uma das visitas à Exposição na BMGPL